sexta-feira, 30 de outubro de 2015

You now collapse, cave in revealing scabby marks of life.

   E cá estou eu, numa tarde de sexta feira, pedindo ao universo motivos para escrever algo novo, algo inesperado, talvez otimista ou, quem sabe, genial. Não creio que isso vá acontecer. Mas é extremamente terapêutico simplesmente começar algo, sem preocupar-se com o fim que vai chegar. Comecemos.
   Diante de toda a burocracia educacional do país, aqui permaneço fadada a angústia da espera de algumas notas que definirão meus próximos passos na vida. Eu estava evitando voltar a esse assunto, o mar de depressão que envolve este feito deve acabar, afinal, já passou, só preciso esperar. Mas a ansiedade não passa, quanto mais eu tento definir o que sinto, menos eu esqueço e mais intensifico este fardo, por favor, alguém me pare!
   Partindo para outro assunto, não sei exatamente qual, adoraria definir o quão paradoxal é um fim de tarde. Ele comporta-se como um meio termo do dia, se a imaginação for potencialmente forte, igualar o crepúsculo ao amanhecer é formidável. A luz tangencial do sol se pondo cria sombras que, às vezes adornam corpos da natureza, ou amedrontam quem depende do astro para sentir-se seguro. A satisfação de quem concluiu todos os sonhos e projetos num intervalo de tempo iniciado às 6 da manhã completa-se com o pôr do sol. Mas para aqueles que se destroçam frente à perda de tempo e à procrastinação, observar os tons de azul escurecendo traz a tona a sensação devastadora de desolação em relação ao próprio controle do tempo, como se ele rodopiasse da maneira mais cômica enquanto o seu bem-estar evapora e segue o caminho dos ventos. O juramento feito à própria moral afirmando que algo será diferente do dia anterior é refeito, para ser ignorado constantemente nos momentos posteriores. Creio que superar esse ciclo vicioso seja o grande desafio do homem, desafio o qual ainda me submerge nas águas do arrependimento.
   A cada texto espero uma mudança diante do assunto refletido. A cada noite, eu, relativamente, quebro a cara. E a cada madrugada faço um novo juramento.

Sinking further in this seminary sea.

   Iludidos eram os teus olhos que fitavam o poema que ao lado das estrelas humilhavam de tão forte que eram os laços entre linhas que agarravam o horizonte desbravando a beleza mais tímida do mundo e dizendo que de amor era feita a fofura de um sorriso que servia até como elogio mas no fim de mais um clarear dos céus o que resta é uma prosa de uma noite intensa que no fim não eram mais que palavras.