segunda-feira, 18 de abril de 2011

Destino dos ventos.

  Existe uma escada e ela é feita de pedra.Ela leva a um lugar desconhecido.Seus degraus são íngremes.Seu começo é sombrio.As gotas da tempestade que se aproxima a torna escorregadia.Preciso subir.Ao chegar,encontrarei a felicidade,o amor,a esperança e tudo aquilo que me abandonara num passado distante.Preciso subir.A insegurança me ataca loucamente,mas tenho que continuar
  Subo.A dificuldade aumenta.Levo muitos tombos ao longo do caminho.Os hematomas já estão bastante visíveis em todo meu corpo.
  Não posso esperar que a chuva chegue.Finalmente os degraus acabam.Não haviam nuvens naquele lugar.Era de tirar o fôlego.Palavras não eram capazes de descrever qualquer detalhe.Ao fundo da cobertura que mais parecia o Olimpo,avisto o ser que me esperava todo esse tempo.O ser do qual eu sonhava,do qual eu vivia feliz por saber que ele existia.Seus olhos castanhos mostravam o mistério que o preenchia.Um olhar profundo que me fazia esquecer do mundo lá de baixo.Suas roupas mostravam a simplicidade que tanto cultuava,mas contradizia com a nobreza de seus cabelos castanhos-escuro que seguia o ritmo dos ventos.Seu abraço completava o pedaço que tanto fazia falta.Sim ele me amava.Mesmo que não,viveria feliz acreditando que sim.Era ali que eu queria estar.Era ali que eu pretendia viver,sem me preocupar com as futilidades que me cercavam.Afinal,viveria feliz,junto com que me fazia feliz,sendo o eu realmente era por dentro,sem me importar com a tristeza que eu tanto exibia por fora.Tristeza essa que nunca mais iria existir.

Insônia.

  As horas correm.A noite cai.O dia acaba.O corpo dorme,mas a mente não para.Os pensamentos me invadem.O corpo não relaxa.São muitas a ideias de um dia.Penso no que eu fiz.Penso no que eu não fiz.Penso no que eu deveria ter feito e nas coisas que não deveria.Lamento por ter ditos coisas que não deveriam ser ditas.Meu sono é recortado constantemente.Durmo pensando no outro dia.Acordo pensando na noite mal dormida.Vivo presa ao passado.O futuro me engana.O presente me odeia.E o presente se torna passado.O futuro me engana mais uma vez.A culpa me preenche.Como eu odeio o dia seguinte.Que futuro desconhecido me aguarda?Mais um presente de lamentações e arrependimentos?Vou dribá-lo e nunca acordarei.Pena que meus sonhos não são melhores.São infelizes e sem graça.Não há vida.Não há sentimentos.Não há pessoas.É egoísta.Não dura.
   Enfim,a luz desperta meu sono e cá estou eu,no presente,chorando pelo passado,vivendo em lembranças e ignorando o futuro.

Nothing is forever.

  As vozes ecoam na sala fechada.O frio permanente atrasa a consciência.A sensação de estar em um eterno estado vegetativo continua.Os olhos pesam.A vontade de dormir é inevitável.As rajadas do vento frio que entram pelas brechas da janela me levam a um sono profundo.Tudo escurece,tudo silencia.A calma e a tristeza me envolvem como uma corda grossa que me prende por inteiro.Quero acordar.Não consigo.Quero acordar,mas não quero voltar.Quero pensar que serei feliz para sempre.Pensar que nada,um dia,irá morrer.
  Acordo.Estou sozinha e volto a realidade que um dia irá acabar.

domingo, 10 de abril de 2011

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''Nascemos sozinhos,vivemos sozinhos e morreremos sozinhos.Só há uma coisa a fazer: aceitar que a vida é simplesmente solidão.''

Mesmo que esquecidos...


Nunca esquecidos.É,isso é bem contraditório.

This is War.

  As flechas assobiam.Corpos são mortos.O sangue é derramado sobre a terra úmida.Os gritos vociferam em uma intensidade profunda.Cada um por si.O leito do rio é tingido pelo vinho forte.A correria continua.A ansiedade pela vitória aumenta.Quando vai acabar?
  Então a batalha é cessada.A multidão se cala.O silêncio predomina.O luto invade o coração dos vencedores.Amigos perdidos na luta.Almas encaminhadas para um destino desconhecido.A dimensão dos mortos.A terra dos sobreviventes.Eles ainda pedem paz.Não querem viver para morrer.Não querem morrer pela vida.Não querem morrer pela vitória.Não querem matar para vencer.Não querem sujar suas mãos pelo pecado,pelo sangue.Querem viver.Apenas viver.Viver com suas famílias,na paz de seus lares,na felicidade de suas terras,terras essas puras.Não querem passar toda a eternidade pedindo perdão.Não querem obedecer eternamente a um superior ignorante e possessivo,deitado em sua cama de ouro,junto a sua esposa magnífica desejada pelos homens.Sim,os poderosos do reino se vangloriam por seus pertences.Seus subordinados são sua fortuna.Pobre daqueles que vivem para a guerra.Mas a esperança renasce dentre os homem do exército.A alegria da vitória pela liberdade enche o coração da multidão,que contemplam,ao mesmo tempo,a dor da perda.A emoção invade a consciência daqueles homens.E o grito da vitória viaja por toda a floresta.Eis a salvação.O poder do povo.O poder daqueles que lutam por eles.O poder digno de um ser humano capaz de amar uns aos outros como a ele mesmo.O poder de pedir perdão pelos pecados fatais.Eram apenas ordens.Ignore-as e viva longe de mãos inimigas.Grite.Grite,e assim,os homens terão paz,e não destruirão aquilo que não é deles apenas pela vitória,pois a vitória é digna da vida e isso não pode ser simplesmente destruído.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Imagine.

  Os olhares se cruzam.As almas se intercalam.As mentes se unem.O mundo simplesmente para de existir.Os pulmões já não respiram.Tudo fica mudo e a única coisa que se ouve é a batida dos corações.Um ritmo envolvente.Uma melodia deprimida.E ela não existe.O lugar não importa.Nada mais importa.A distância entre seus pensamentos e o mundo real é incalculável.Nada mais faz sentido.Mas o que é isso?
  Tudo se apaga.O sons voltam.O relógio retorna com seu tique-taque insuportável e a luz do dia irradia entre as brechas da janela.Por que tudo que sempre é imaginado nunca é real?Por que tudo tem que ser apenas uma mera ilusão?
  Então,sempre voltaremos,ao amanhecer,ao pequenino e limitado universo de rotina.Imagine.Imagine.Imagine.Assim,poderemos fazer aquilo que não fazemos.Ser aquilo que não somos.Quem sabe isso pode ser muito bom,ou muito ruim.Questões que não pretendo resolver.

sábado, 2 de abril de 2011

Living with wolves.

Tu és omitido da verdade.Tu não podes contestar com os poderosos.Abra teus olhos e serás transformado em bruxo.Fuja.Corra para a floresta.Roube o cavalo real e inflija a lei da autoridade máxima da corte.Procure por uma clareira.Mas há lobos a tua volta.Lobos famintos e sedentos.Corra e serás atacado ferozmente pelos animais.Permaneça imóvel e o resultado será o mesmo.Não há a cabana segura que serve para esconderijo para aqueles que abrem os olhos.Não há quem abra os olhos.Não há árvores altas o bastante para te proteger dos lobos.Seus olhos profundos te fitam com um obscuro sentimento de medo.Tu não tens armas,tu não tens espadas ou qualquer tipo de escudo.Tu és um mero mortal que desejas fugir eternamente da ignorância.Os lobos não te matarão.Eles só querem comida.Cace uma lebre e divida-a com eles.Ache uma nascente e os dê de beber.Mate a tua fome e a tua sede.Viva com os lobos.Tu não és mais uma ameaça.Tu é os olhos da humanidade.Olhos corajosos que enfrentaram o poder de outros olhos injustos.Construa tua tragetória,como o caminho livre da nobreza.Crie tuas verdades e tuas crenças e seja feliz.O que ainda posso falar?Viva com os lobos.