segunda-feira, 20 de outubro de 2014

I gave my everything for all the wrong things.

     Existe uma belíssima frase que ronda por ai que resume bastante toda a minha filosofia de vida: "Tudo tende a desordem." As palavras podem não ser especificamente essas, mas a ideia geral está ai. Por ironia do destino, refleti muito sobre isso estudando física. O mundo e todos os fenômenos que o regem baseiam-se na entropia. O trabalho pode ser todo convertido em energia térmica, mas esta não será completamente transformada em trabalho, porque junto á entropia está a teoria da irreversibilidade. Nada consegue ser desfeito integralmente. É ai que entra um pequeno pensamento em relação a como um conceito físico afeta sua vida. Experimenta errar. O erro nunca será desfeito, talvez amenizado, quem sabe esquecido, mas a realidade anterior nunca estará de volta. Pequenos atos, muitas vezes despercebidos, podem, e muito, influenciar o futuro de maneira arrasadora. E entenda arrasadora como os dois apostos, bons e ruins. 
     Voltando á Física... há um segundo devaneio que eu adoraria argumentar. Tudo é muito instável. Creio que a ideia de estabilidade não existe, já que tudo leva a desordem. Abrindo um parêntese, não compreendo porque a bagunça é vista de maneira tão nefasta. Insira ideias pessimistas em algum ponto de vista e virão adagas de opiniões julgando-lhe descrente e negativo ou coisa do gênero. As pessoas têm muito medo da desordem. Adoraria que elas conseguissem lidar com ele de forma mais pacífica e coerente, sem misticismos. Vale ressaltar que eu estou inserida nesse grupo de pessoas. É fato que o medo leva á raiva, a raiva leva ao ódio e o ódio leva ao sofrimento. 
     De volta ao conceito, diante de toda uma filosofia acerca da entropia existencial, uma nova teoria surgiu, quase que como uma sorte do destino, diante de mim. Chamada Entropia da Informação, criada por Claude Shannon, baseada na mesma entropia física citada anteriormente, explica a existência de um desalinhamento naquilo que é dito, no modo que é interpretado, na forma como é veiculado. Uma informação é alvo de desarranjos por diversos fatores, seja por redundâncias, seja por pleonasmos, ou seja por eufemismos. Ela pode ser manipulada de diversas formas, intencionalmente ou não. Me pergunto como essa entropia age nas nossas cabeças. Que atire a primeira pedra quem nunca entendeu um recado errado, uma indireta precipitada, um olhar evasivo ou qualquer outra coisa que o levasse a se perguntar no fim do dia se aquilo era realmente... aquilo. É possível que parte do que você entende ou recebe de informação possa ser erroneamente interpretado pelo seu cérebro, por um motivo muito simples: Tudo ao seu redor está fadado á influências pessoais, ás suas experiências. Os seus sentimentos por um livro, por exemplo, podem ser diferentes dos de outro indivíduo, porque aquilo que o leva a sentir é baseado nas suas vivências, que são diferentes das de qualquer outra pessoa. 
     Bom... de fato, a desordem está lá, fazendo parte da sua vida, baseando suas expectativas, afligindo seus sonhos. Contente-se com a instabilidade. Ela não te mata, só ensina e contribui com a resistência necessária para não definharmos quando o plano perfeito for massacrado pela Física.

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