segunda-feira, 28 de novembro de 2016

But I keep running for a soft place to fall.

   A gravidade é cruel. Me puxa contra o chão, me lança na imensidão, judia de um corpo sem forças para ao menos se manter em pé. Bato as pernas, peço socorro com braços flácidos de exaustão e em nada consigo me agarrar para ficar no lugar. O vácuo me envolve, não consigo respirar. A pressão me explode de dentro para fora, não há conceito físico que mantenha a unidade do meu ser. Um gosto estranho se instala na boca, a náusea invade um interior vazio de convicções. Cambaleante, sigo tropeçando em meus próprios demônios, que me abraçam, me apertam, me sufocam, me destroem, me embalam, me convencem, me distraem, me confortam e me largam novamente para cair. Observo, em meio à lentidão, algumas lágrimas que não parecem saber de onde vêm. Busco por perguntas para as minhas justificativas, tudo que eu queria era uma solução. Tudo que eu tenho são soluços.

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