domingo, 13 de novembro de 2016

Memento. (Algum lugar de 2015)

  Diante da minha atual estagnação existencial, não tenho muito a declarar além das mesmas crises mentais de sempre. Nenhuma experiência fora do comum abalou minha vida além das mesmas picuinhas psicológicas sobre auto-estima, caráter e personalidade. Sabe a solidão escancarada em textos e pensamentos de uns 4 ou 5 anos atrás? Então... continuam. Não consigo enxergar o que me falta pra atingir um nível estável de devaneios, um que não me impeça de dormir antes de recapitular tudo que foi vivido no dia. Essa mania de achar que todo o meu redor segue um padrão do qual eu não me insiro não me deixa. Todo dia analiso o meu eu, e só encontro erros, falhas, ausências e distúrbios. Mas há alguns aspectos que emergem dentre todos os outros. É hora de fazer jus aos lunáticos.
   Uma característica arrasadora que me ronda e que não possui origem justificada é uma aparente falta de sensibilidade vinda de mim. Não é exatamente agir como uma rocha. Está mais na incapacidade de demonstrar certas emoções. Observo indivíduos que banalizam um simples abraço, o que vai de encontro á minha contagem de carinho dado. E, não sei como, essa involuntária repulsa parece estar estampada na minha testa, porque os mesmos indivíduos não tomam a menor das iniciativas. Sou sempre a amiga das conversas, das pequenas palhaçadas, da personalidade infantil e fofa, dos bordões bizarros e patéticos, mas que parecem caracterizar um perfil em mim que gostam. Entretanto, qualquer coisa mais profunda que uma tarde de conversa não rola, e não estou me referindo a coisas amorosas(sobre isso eu realmente já desisti). É triste ver pessoas que você considera as mais próximas, que mais falam com você, mas que menos compartilham sentimentos pessoais. É ver amigos de alguns anos abraçando diariamente gente de poucos meses, mas que não lhe dão nem um aperto de mão. É vê-los comentando com outros sobre particularidades  que, para você, chegam como boato. Para completar, você julga todos esses outros como seres tão superficiais, tão mesquinhos e frescurentos. Você acaba colocando-se em um pedestal, e torna-se "superior", mas sozinha. O assunto é complexo, há muito ainda o que falar, mas não quero me prender a apenas esse comportamento.   Seguindo a perspectiva de estagnação, é obvio que quem seguiu em frente, consequentemente, te deixa. Ao longo do tempo, as conexões vão ruindo, e os esforço para mantê-las começa a se polarizar. No fim das contas, Os grandes protagonistas da sua história, hoje têm mais com que se preocupar. Não vou generalizar e enfiar vários dos antigos amigos na roda dos que não mais procuram saber se estou viva. Com muitos esse sentimento é recíproco. Mas há alguns dos quais era clara e evidente a importância que tinham. Manter algum assunto semanal era de extrema relevância para ambos, contribuindo até para a construção de ideias e de filosofias. De repente, não manifestam-se mais. Tanto faz se não os procuro em uma semana ou um mês. Apenas eu vou atrás de ter um ''oi'' correspondido. Além disso, nos raros diálogos ainda ocorrem episódios de vácuos tão destruidores quanto a própria perda de contato. Alguém que tanto agradecia pelas madrugadas de devaneios atualmente nem mesmo se dá o trabalho de responder um 'Boa noite' visualizado no outro dia, ou de explicar a falta de respostas na noite anterior. De verdade, mesmo que doa, cansei.

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